9 Apps que usam metodologia gamificada

Um aplicativo gamificado utiliza a dinâmica e recursos dos jogos no seu desenvolvimento, como recompensas, desafios e competição, com objetivo de envolver e motivar seus usuários. A gamificação pode ser aplicada em diferentes contextos, como educação, saúde e negócios.

A experiência gamificada está cada vez mais presente na vida das pessoas. Possivelmente, ao menos um app de gamificação você conhece — mesmo que nem saiba o que significa esta palavra ou entenda a metodologia. 

Neste artigo vamos mostrar 9 aplicativos conhecidos que usam a lógica da gamificação em sua dinâmica, e como essa ferramenta pode beneficiar diversas áreas — da vida pessoal aos negócios e educação.

Quando uma metodologia começa a ganhar força não apenas em uma região, mas a se espalhar pelo globo, pode-se considerá-la bem-sucedida, não? Esse é o caso da gamificação — uma metodologia que vem garantindo o seu espaço em diferentes contextos no mundo inteiro, em áreas como saúde, política, marketing de educação e em diversos outros processos de empresas.

Em resumo, a gamificação usa elementos comuns aos jogos em contextos que não se resumem ao entretenimento. Recursos como avatares, storytelling e pontuação são adotados para motivar as pessoas a realizarem determinadas atividades e até a mudarem comportamentos, gerando assim um impacto positivo em suas vidas. 

Apesar de usar elementos comuns, há uma grande diferença que separa a gamificação de um jogo: o segundo tem como finalidade apenas o entretenimento, mesmo que algo em si também gere efeitos favoráveis fora da atividade (como expandir o vocabulário em outra língua ou socializar, por exemplo), enquanto o primeiro tem como foco trazer resultados positivos concretos na vida de quem participa da sua dinâmica.

Mais do que diversão, a gamificação propicia benefícios como o aumento do conhecimento e da capacitação profissional, motivação, engajamento, desenvolvimento de habilidades subjetivas, entre outros; por meio de uma dinâmica que aproveita o melhor dos jogos para além do entretenimento. 

Imagine participar de uma atividade em que se recebe pontos e medalhões, pode-se montar um personagem da forma que quiser, derrotar vilões e cumprir missões — tudo isso para te motivar a estudar um idioma estrangeiro, realizar o treinamento de integração em uma nova empresa e até praticar exercícios físicos. 

Legal, não? E tudo isso está mais próximo das nossas vidas do que se imagina.

Para entender o que é um aplicativo gamificado, primeiro é preciso saber o que é gamificação.

A gamificação é uma ferramenta disponível para diversos contextos, cuja principal característica é adotar mecanismos de jogos e técnicas de design para melhorar o engajamento e a motivação do usuário.

No contexto de um aplicativo gamificado, a gamificação proporciona uma experiência mais interativa e agradável para o usuário do software, permitindo alternativas como "competições" e a realização de desafios. No geral, o uso dessa estratégia varia, indo desde a implementação de sistemas de recompensa até rankings.

A ideia central de gamificar um aplicativo é esta: implementar recursos divertidos que transformem a experiência de uso do software, tornando-a mais motivadora e envolvente, e, assim, atingir os objetivos para os quais aquela tecnologia foi criada.

Mas não basta implementar qualquer recurso de jogo e acreditar que, com isso, alcançará os objetivos de seu negócio. É importante ter clareza quanto às metas, ao perfil do público-alvo e ao comportamento desse público.

Portanto, é preciso personalizar a gamificação, adaptando-a às necessidades únicas e aos interesses do seu público-alvo.

Mais adiante, você verá alguns aplicativos que utilizam a gamificação de maneira estratégica, pensando nos comportamentos e necessidades de seus públicos. A partir desses exemplos, você terá uma melhor noção de como funciona o aplicativo gamificado na prática. Mas antes, confira quais elementos podem gamificar um aplicativo.

Existem diferentes mecânicas de jogos que podem ser implementadas em um aplicativo para torná-lo gamificado. A seguir, confira os principais deles.

A eficácia das técnicas de gamificação é cientificamente comprovada. Isso ocorre porque ela trabalha com elementos que são naturalmente inerentes ao ser humano, como a competição, a conquista e o reconhecimento social.

Esses e outros componentes da gamificação ativam as combinações neurais de recompensa e liberam dopamina, um neurotransmissor relacionado à recompensa e ao prazer.

Ao implementar esses recursos em um aplicativo, você cria um loop de retorno positivo, o que, consequentemente, gera maior engajamento e motivação, tanto com o software quanto para a empresa/marca.

A gamificação pode ser aplicada nos mais diversos segmentos, desde educação, saúde, causas sociais, marketing e até treinamentos corporativos. Agora que discutimos por que a gamificação funciona, vamos explorar onde ela pode ser aplicada.

A gamificação na educação abre espaço para outras possibilidades além dos tradicionais livros, quadros e cadernos. Por meio dessa abordagem, é possível trabalhar com competições, níveis, pontos e a resolução de desafios, características que engajam e motivam os alunos.

A intenção da gamificação na educação é explorar recursos conhecidos pelos estudantes, como os jogos, para instigar a aquisição do conhecimento por meio de práticas mais dinâmicas.

A capacidade dos jogos de manter o jogador envolvido em suas atividades se estende a outras áreas, como na saúde. Neste cenário, são adotados os mesmos elementos, a fim de melhorar a condução do tratamento dos pacientes.

Ao adaptar a gamificação para a área da saúde, cada ação do paciente se transforma em uma tarefa de um jogo que precisa ser cumprida.

Práticas como fazer atividade física, beber água, tomar medicamentos nos horários pré-determinados se transformam em desafios que, quando realizados respeitando as regras, geram recompensas.

Como nos demais casos, a gamificação em causas sociais tem como objetivo engajar os envolvidos. Um exemplo notável é a empresa Ribon, que busca promover uma cultura de doação.

No aplicativo criado pela empresa, os usuários podem doar suas moedas virtuais para as causas cadastradas na plataforma. Essas moedas são enviadas para o usuário gratuitamente. Todos os dias ele tem direito a 100 ribons.

Neste modelo de negócio, não é utilizado dinheiro, mas uma moeda virtual fictícia. Cem “ribons” equivalem a 2 dias de água potável para uma pessoa, ou 1 dia de saúde básica, ou 5 dias de fortificação alimentar para uma criança, por exemplo. O dinheiro em si vem dos anúncios que circulam dentro do aplicativo.

A gamificação no marketing tem como objetivo oferecer ao usuário uma experiência única, personalizada, lúdica e interativa que esteja alinhada ao seu propósito. Basicamente, ela torna o processo de compra menos invasivo e mais fluido.

No marketing, a gamificação pode ser implementada em diversos contextos, incluindo eventos, fidelização de clientes, lançamento de produtos/serviços, geração de leads, UX Design, e mais.

Quando implementada no contexto corporativo, a gamificação serve como ferramenta para aprimorar as competências técnicas e comportamentais e para atingir diferentes objetivos nos treinamentos empresariais.

As experiências gamificadas são bastante conhecidas no exterior, aplicadas nos mais diversos contextos, desde em campanhas políticas a plataformas de saúde física e mental, ajudando a aliviar o sofrimento de pessoas que enfrentam dores crônicas, câncer, depressão e até doenças terminais. 

No Brasil, a gamificação ainda está ganhando força, tendo um oceano de oportunidades para explorar no país. Mas, alguns aplicativos conhecidos já trazem a lógica dos jogos em suas dinâmicas. 

Descubra 10 apps ou plataformas com gamificação que você já deve, ao menos, ter ouvido falar e descubra um pouco do potencial dessa metodologia em diversos contextos: 

Uma das marcas mais famosas vem apostando em um estilo inspirado nos elementos dos jogos em um projeto de fidelização de clientes. A Nike fez vários projetos gamificados: em um dos primeiros, o app acompanhava o desempenho dos usuários em atividades de corrida, comparando seus resultados com o de seus amigos para estimular uma competição saudável. 

Em 2018 lançou o NIke Plus Unlocks, uma campanha em que os clientes usavam o app de exercícios da marca para acumular pontos e trocá-los por recompensas especiais. Era possível conseguir benefícios com parceiros, que incluíam desde playlists, acesso à atividades de meditação, créditos para academias e, para os melhores colocados no ranking, a oportunidade de concorrer a pares de tênis das linhas mais recentes da marca. 

Esses dois exemplos usam alguns elementos comuns da gamificação — pontuação, competição e recompensa — para motivar as pessoas a realizarem atividades benéficas à sua saúde e fortalecerem seu relacionamento com a marca. 

Um dos aplicativos mais usados no mundo também adota uma lógica gamificada em sua dinâmica. O Waze tem um sistema de GPS em que os usuários reportam problemas no trânsito para que o app modifique o trajeto dos outros motoristas, evitando engarrafamentos e demais situações negativas nas corridas.

E todas essas ações são motivadas com mecanismos da gamificação: os usuários ganham pontos com suas interações, também estimulando o senso coletivo de que um motorista pode ajudar o outro — o que contribui para o app oferecer uma experiência melhor a todos. 

Assim, o senso de colaboração que também pode ser adotado em outras estratégias de gamificação, além da tradicional pontuação e competição, estimula a interação dos usuários e a própria melhoria do sistema.

Um dos maiores e mais conhecidos exemplos de gamificação aplicada à educação: o Duolingo é uma plataforma de ensino de línguas, que oferece atividades nos mais diversos idiomas — de inglês, chinês, esperanto, navajo, guarani, a linguagens fictícias, como klingon e alto valiriano — tudo de forma gratuita. 

Os usuários realizam exercícios que se aplicam às conversas cotidianas da língua escolhida, são ensinados vocabulário, regras de gramática e frases comuns em uma dinâmica que usa elementos como pontuação, níveis e moedas virtuais. 

Desta forma, recursos tradicionais da gamificação ajudam a estimular as pessoas a fazerem as atividades educativas e a aprenderem novos idiomas, em uma plataforma intuitiva e divertida de ensino.

O Duolingo vem contribuindo para a aprendizagem de milhões de pessoas no mundo todo, sendo conhecido fortemente pela sua metodologia, mascote — um passarinho verde — e sua estratégia de comunicação diferenciada. Tudo devido ao uso da gamificação, que alinha ciência e tecnologia para melhorar a vida das pessoas. 

Voltado para a saúde, o Fitocracy é um aplicativo que estimula a atividade física. A plataforma utiliza a metodologia gamificada porque conta com uma série de desafios e conquistas que o participante deve passar.

O usuário da tecnologia inicia no nível um e conforme conquista a quantidade de pontos necessária, vai avançando para os próximos níveis. Diferente de outros aplicativos que acompanham o nível de IMC, este foca na pontuação e nos níveis que podem ser alcançados. No caso, cada fase dispõe diferentes valores que são baseados na dificuldade e no esforço de cada exercício exigido.

O aplicativo Fitocracy também dispõe de uma comunidade on-line que visa auxiliar e incentivar a prática de exercícios físicos. Ou seja, a plataforma une diversos elementos da metodologia gamificada, como o programa de pontuação e nível, e, ainda, a rede social, que no caso é a comunidade que o participante pode adentrar.

O Mindbloom Tree é conhecido por ser uma plataforma on-line que visa organizar a vida de uma pessoa, trazendo equilíbrio em vários aspectos: finanças, estilo, saúde, relações, carreira, espiritualidade, criatividade e outros.

O usuário precisa inserir suas preferências e metas na plataforma para que ela sugira possíveis ações que levem a conquista desses interesses inicialmente mencionados.

Ele é uma ferramenta interativa que busca ajudar o usuário a alcançar os objetivos através de lembretes diários e com uma interface que se assemelha ao jogo e ao gráfico de progresso.

A plataforma conta com o design de uma árvore como metáfora para a vida. Cada galho representa uma área que o sujeito pode melhorar. Digamos que o usuário escolha a área de saúde, e coloca como objetivo fazer 15 flexões por dia, ao completar a tarefa, a árvore cresce, caso contrário, ela permanece atrofiada.

A metodologia gamificada está presente nesse aplicativo porque o usuário é motivado a realizar suas tarefas para que a árvore cresça, sendo, portanto, uma ferramenta que visa ajudar as pessoas a serem eficazes em suas metas.

Outro aplicativo voltado para o mundo fitness, o "Zombies, Run!" utiliza recursos da gamificação para incentivar o usuário a correr. 

O aplicativo simula um ataque zumbi e o usuário precisa seguir as ordens que são passadas para encontrar suprimentos, fugir e garantir a sobrevivência no apocalipse.

O usuário pode escolher entre caminhadas leves ou corridas. Além disso, ele também consegue criar uma playlist personalizada antes de começar o exercício, assim a história irá se desenrolar entre as músicas escolhidas.

No meio delas, uma série de mensagens, dinâmicas e gravações de vozes aparecerão para engajar o usuário a continuar com a atividade física, além, é claro, dos sons de zumbis.

A gamificação está presente no aplicativo principalmente através do recurso de storytelling, pois o usuário é inserido no contexto de um mundo apocalíptico que, só garante a sua “sobrevivência” se cumprir as tarefas requeridas.

Proof é um aplicativo de ginástica em que os participantes podem desenvolver metas fitness personalizadas e rastrear todas as atividades de cardio. 

Ele se enquadra na metodologia gamificada porque conforme o usuário completa os desafios virtuais, seus pontos podem ser convertidos em vantagens comerciais.

O usuário, portanto, desenvolve as atividades propostas por instrutores e treinadores pessoais e, conforme seu progresso, ganha pontos que podem ser transformados em benefícios.

Focado na competição sadia, o aplicativo Brain Wars é conhecido como um de inteligência. 

Ele é composto por quatro testes diferentes que analisam desde habilidades mentais a habilidades matemáticas. Cada teste tem a duração de 30 segundos e vence quem conquistar a melhor pontuação.

Os competidores estão espalhados pelo mundo, sendo possível desafiar qualquer pessoa para a dinâmica, sempre que o usuário é desafiado, ele recebe uma notificação para aceitar ou não testar sua habilidade de raciocinar rápido.

Conforme cada progresso obtido, o usuário recebe pontuação que fica visível no gráfico de conquistas pessoais e também nos rankings mundiais. Recursos da gamificação como avatares e pontuação estão presentes neste aplicativo para engajar as pessoas a desenvolverem os testes.

Conhecida como uma rede geosocial, o Foursquare possibilita encontrar pessoas que estejam próximas ao local em que você se encontra. Ele também pode fazer um check-in no Facebook, Twitter ou privado (que ficará registrado no perfil, mas não será visualizado pelos amigos).

A plataforma requer que o usuário faça login e a identificação do local, via GP. Para cada local registrado, pontos são acumulados. Esses pontos geram dois rankings, um destinado para você e sua rede de contatos e outro para todos os participantes da sua cidade.

O usuário que mais frequenta o local, é considerado o "prefeito" do lugar. Ser “prefeito” do lugar possibilita que a pessoa edite informações do lugar que estão disponíveis dentro do site. Assim, além de estimular a interação, o usuário, ainda, promove melhorias no sistema.

A plataforma consiste em receber BADGES, ou seja, medalhas que são ganhas conforme a realização de determinadas tarefas, como visitar 10 locais marcados como pizzaria. Ao realizar esse desafio, por exemplo, o participante recebe uma medalha de pizzaiolo.

Esses são 9 exemplos de como a gamificação está mais próxima do nosso dia a dia do que se imagina. Seja no trânsito, no estudo individual de uma nova língua e na caminhada ou corrida, essa metodologia pode ajudar a dar aquele empurrãozinho para melhorar a sua vida. 

Porém, essa ferramenta ainda pode ser mais explorada em diversos contextos, como nas instituições de ensino e negócios. A gamificação tem um grande potencial ao ser adotada no aprendizado, seja formal ou corporativo, e em diversos processos de uma empresa. 
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