Se você trabalha com Treinamento e Desenvolvimento (T&D), provavelmente já percebeu: tem muita coisa mudando — e rápido. A nova edição da pesquisa Panorama do T&D 2024, feita pela Integração Escola de Negócios com a ABTD e a Carvalho & Mello, mostra direitinho como anda o cenário nas empresas brasileiras.
O que você vai ver neste artigo:
- Investimento em T&D: Mais alto e mais estratégico
- Estratégia de T&D: Estruturas que moldam a jornada do colaborador
- Pela primeira vez, Brasil superou os EUA em horas de treinamento
- Presencial voltando, mas o digital segue firme
- O que as empresas estão priorizando em seu T&D?
- T&D e Inteligência Artificial: Uma parceria promissora
- E como empresas estão medindo os resultados de seu T&D?
- Conclusão: O T&D como pilar estratégico do negócio
O estudo ouviu 469 organizações de todo o país e traz um retrato bem completo sobre investimentos, práticas, formatos e o que está funcionando (ou não) nos programas de capacitação. É um conteúdo valioso pra quem quer tomar decisões mais estratégicas na área de RH e desenvolvimento humano.
Investimento em T&D: Mais alto e mais estratégico
O boa notícia: o investimento médio por colaborador cresceu 14% em relação ao ano anterior, chegando a R$ 1.222 — o maior valor da história da pesquisa. Ainda está bem abaixo da média dos EUA (R$ 6.673), mas já é um avanço, né?
Outra coisa legal é que 88% das empresas já trabalham com orçamento anual definido para T&D. E os critérios mais usados para isso são:
- Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT/DNT) – 52%
- Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) – 24%
- Planejamento estratégico – 51%
Ou seja, tem muita gente olhando além dos números e pensando em Treinamento e Desenvolvimento de forma mais personalizada e conectada com os objetivos da empresa.
Estratégia de T&D: Estruturas que moldam a jornada do colaborador
A Outro ponto forte do estudo é o crescimento de processos que ajudam a estruturar melhor a jornada de quem trabalha na empresa. Olha só os destaques:
- Onboarding está presente em 96% das empresas
- Recrutamento interno: 88%
- Pesquisa de clima: 82%
- Avaliação de desempenho por competências: 75%
- Universidade corporativa: 46%
Legal ver também o aumento no número de programas de trainee, gestão de talentos e ouvidoria interna. Isso mostra que tem mais empresa pensando no longo prazo e ouvindo mais seus colaboradores.
Agora, um ponto de atenção: o índice de absenteísmo nos treinamentos está em 13% — e tende a subir nas empresas maiores. Isso pode atrapalhar (e muito) os resultados dos investimentos em capacitação.
Pela primeira vez, Brasil superou os EUA em horas de treinamento
Sim, é isso mesmo! A média anual por colaborador aqui chegou a 24 horas — contra 21 nos EUA. Um marco importante que mostra o quanto o T&D está ganhando força por aqui.
Presencial voltando, mas o digital segue firme
Depois da pandemia, o equilíbrio entre o presencial e o online está mais estável. Em 2024, a divisão ficou assim:
- 47% dos treinamentos foram presenciais
- 25% online assíncronos
- 20% online ao vivo
Ou seja, a tecnologia segue forte, mas o contato humano voltou com tudo. E o que está crescendo também são os treinamentos feitos no dia a dia, como:
- Troca de conhecimento entre colegas – 73%
- Mentoria com pessoas da própria empresa – 47%
- Job shadowing (aquele acompanhamento prático) – 32%
Tudo isso reforça a ideia de que aprender no fluxo do trabalho é cada vez mais comum — e super eficaz. Confira aqui metodologias de treinamento eficazes.
O que as empresas estão priorizando em seu T&D?
Os principais temas priorizados para 2024 nos programas de Treinamento Corporativo foram:
- Comunicação
- Processos
- Diversidade e Inclusão
Para os não líderes, o foco segue em treinamentos técnicos; já para as lideranças, o destaque vai para competências comportamentais e de compliance.
A distribuição orçamentária por público também revela equilíbrio:
- 49% do investimento vai para não líderes
- 33% para gerência/supervisão
- 18% para alta liderança
T&D e Inteligência Artificial: Uma parceria promissora
Mais da metade das empresas ainda não utilizam IA nos seus processos de T&D, mas os usos mais citados incluem:
- Apoio à criação de conteúdo
- Personalização de trilhas de aprendizagem
- Chatbots para suporte educacional
A expectativa é que essas ferramentas ganhem ainda mais espaço nos próximos anos, principalmente por sua capacidade de aumentar a eficiência e reduzir custos em programas de Treinamento e Desenvolvimento. Saiba como a gamificação no RH pode apoiar essa jornada.
E como empresas estão medindo os resultados de seu T&D?
A mensuração de resultados é um dos grandes desafios do T&D, mas também uma de suas maiores oportunidades. 89% das empresas já aplicam algum tipo de indicador de eficácia, sendo os principais:
- Cumprimento do plano de treinamento (35%)
- Aplicabilidade percebida pelo gestor (29%)
- Indicadores de negócio (29%)
Entretanto, apenas 7% avaliam o impacto real no negócio e 2% calculam o ROI, revelando que ainda há espaço para evoluir em análises mais robustas e estratégicas na área de TeD. Veja como calcular o ROI em treinamentos.
Conclusão: O T&D como pilar estratégico do negócio
A edição 2024 do Panorama de T&D deixa um recado claro: as organizações estão investindo mais, treinando mais e se organizando melhor para transformar o desenvolvimento humano em vantagem competitiva.
Mas o grande desafio segue o mesmo: mensurar, alinhar e evoluir continuamente. Afinal, como bem ressalta o relatório, “não se gerencia o que não se mede”.