BSC (Balanced Scorecard): o que é e como funciona?

O Balanced Scorecard (BSC) é um modelo de gestão estratégica que pode ajudar a empresa a alcançar objetivos futuros, preocupando-se com indicadores importantes e que não se resumem aos financeiros e contábeis para chegar lá.

Descubra neste artigo o que é o BSC e como aplicar essa ferramenta em seu negócio!

Nenhuma empresa alcança seus objetivos de um dia para o outro: os resultados são sempre consequência de planejamentos e esforços que foram feitos semanas, meses ou anos antes. 

É preciso semear agora para colher anos mais tarde. Por isso, as organizações investem na realização de um planejamento estratégico eficiente e em diversas outras ações para terem um bom retorno no futuro e se manterem no mercado. E, entre vários métodos adotados para atingir esse objetivo, há o Balanced Scorecard. 

O BSC é modelo de gestão estratégica que pretende ser mais abrangente do que outros, não se limitando a analisar apenas os indicadores financeiros e contábeis em suas ações. Essa ferramenta ajuda os negócios a concretizar sua visão, semeando e planejando no presente para alcançarem os resultados desejados no futuro. 

Essa metodologia foi criada nos anos 90 por Robert Kaplan e David Norton, dois estudiosos ligados à conceituada Universidade de Harvard, e vem sendo adotada desde então por incontáveis empresas, órgãos públicos e outras entidades. 

E isso não é à toa: usar o Balanced Scorecard pode contribuir em diversas formas no planejamento dos negócios, alinhando os objetivos estratégicos com os indicadores de desempenho e metas da empresa. O BSC é uma ferramenta que ajuda a trazer os alvos do futuro para as tarefas do cotidiano.

Mais do que ajudar a alcançar os objetivos, essa metodologia prevê o acompanhamento dos resultados que vêm sendo atingidos e usa várias métricas para isso, mostrando para a organização a situação dos seus trabalhos atualmente executados. 

Não é à toa o nome desse método: com a tradução recorrente de Indicadores Balanceados de Desempenho, o termo menciona o fato de que não se consideram apenas os números do financeiro e contabilidade para nortear a gestão do negócio. Pelo contrário, Kaplan e Norton definiram 4 perspectivas que baseiam o BSC: a financeira; dos clientes; processos internos e aprendizado e crescimento.

Cada perspectiva tem seu foco, metas e indicadores, voltados para suas necessidades específicas:

O Balanced Scorecard não ignora a importância de se analisar a questão financeira no planejamento da empresa: ele apenas também considera o valor de outros indicadores nessa equação. 

Por isso, os números e objetivos financeiros — do curto ao longo prazo — são estudados neste item, verificando se os resultados estão sendo alcançados e satisfazendo os públicos interessados, como os acionistas.

Algumas metas usadas na perspectiva financeira são: rentabilidade; crescimento; ticket médio; Custo de Aquisição de Clientes (CAC); Retorno sobre Investimento (ROI); entre outros. É preciso acompanhar os indicadores que sejam mais adequados para a realidade e necessidades do negócio, personalizando a análise. 

Toda empresa se esforça ao máximo para atrair e agradar os clientes. Mas, mais do que um desejo, essa iniciativa deve fazer parte do planejamento e ações estratégicas da organização. Por isso o BSC também considera a importância dessa questão em suas avaliações, pensando em metas e métricas específicas, inclusive para o longo prazo. 

Nesse sentido, costuma-se aplicar indicadores como: tempo; qualidade; aquisição de consumidores; retenção de clientes; entre outros. Dessa forma, avalia-se como os produtos, serviços e a própria empresa estão sendo vistos pelo seu público, desenvolvendo ações para conquistá-lo e fidelizá-lo. 

Outro ponto importante para qualquer negócio é o cuidado com os seus processos internos. Não se é possível entregar soluções de qualidade para o cliente se, por dentro, a empresa está desorganizada e com operações falhas.  

É preciso investir nos processos, em tecnologias, habilidades e outras ações internas para otimizar as operações, aumentar a qualidade e oferecer algo melhor aos clientes. 

Algumas métricas usadas nessa perspectiva são: produtividade; tempo (de produção, atendimento, etc); inovação; entre outros. Tudo isso para garantir que o melhor chegará às mãos dos clientes no fim dos processos. 

Nenhuma empresa vai para frente se não apostar em evolução e ficar estagnada no mercado. Investir em aprendizagem e crescimento interno é importante para se manter no mercado e encantar os clientes. 

Esse último item do BSC também se refere a um ativo fundamental para qualquer empresa: seus colaboradores. Os funcionários são os responsáveis por diversas atividades, da produção ao atendimento, por isso devem ser considerados de forma estratégica no planejamento do negócio. 

Sem ter ótimos profissionais, dificilmente será possível ter processos otimizados, clientes satisfeitos e alcançar os objetivos financeiros. Ou seja, dificilmente será possível alcançar as outras três perspectivas. 

Nesse item costuma-se usar métricas como: clima organizacional; indicadores de treinamento; engajamento dos colaboradores; assimilação da cultura interna; entre outros. Quanto mais capacitados e felizes seus funcionários estiverem, mais serão produtivos e gerarão valor para os clientes e empresa. 

Todas essas perspectivas agem de forma interdependente, ou seja, cada uma delas depende da outra para ser alcançada. Por isso não basta se esforçar apenas em um ou dois dos itens e acreditar que está dando certo: o BSC demanda atenção às quatro categorias. 

Também é preciso valorizar o uso de dados (obtidos com os indicadores mencionados nas perspectivas) na tomada das decisões, fazendo o planejamento das ações que serão realizadas até alcançar os objetivos do negócio.

No fim do processo, essa metodologia forma uma representação visual resumida, parecida com a análise SWOT (ou FOFA). Isso facilita o entendimento de todos que estiverem envolvidos no projeto, para que cumpram os objetivos estabelecidos seguindo as estratégias. 

Assim, o Balanced Scorecard oferece uma ferramenta mais abrangente para o planejamento e gestão das empresas, considerando pontos estratégicos que podem ser ignorados ou não tão valorizados quanto deveriam diante dos indicadores puramente financeiros e contábeis. Afinal: não é somente o dinheiro que move um negócio. 

Porém, para se usar essa metodologia da forma correta, é importante se apoiar em indicadores estratégicos que irão mostrar a realidade da organização e ajudar na tomada de decisões certeiras. E isso é ainda mais necessário quando o cliente é outra pessoa jurídica. 

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