O que é turnover, quais são os tipos e como reduzí-lo

Uma empresa é como uma máquina: cada peça precisa cumprir sua função adequadamente para que tudo funcione corretamente. Quando uma das engrenagens falha ou é necessária sua substituição, toda a produção é prejudicada. Assim acontece quando um funcionário sai da organização; toda a cadeia sofre o impacto de seu desligamento. Pior quando há uma alta rotatividade no quadro dos colaboradores — o chamado turnover — gerando uma série de consequências que atrapalham o desenvolvimento do negócio.

Sua empresa está tendo problemas de alta rotatividade na equipe? Os colaboradores ficam um determinado tempo em seu cargo para se desenvolver profissionalmente e logo pedem as contas? Ou o processo seletivo não está conseguindo ser efetivo e vários empregados tiveram que ser desligados? Calma! Vamos te ajudar a resolver essa situação.

Essa palavra é o termo em inglês para a alta rotativa no quadro de funcionários de uma empresa, o que resulta no aumento do número de contratações para substituir os profissionais — seja porque eles pediram demissão ou porque foram desligados. Independente do caso, essa substituição ou a simples saída do empregado já causa diversos impactos negativos na organização.

Considerando o quadro completo, o desligamento de um profissional é uma situação que gera uma bola de neve: se um funcionário deixa seu cargo, consequentemente alguém terá que assumir suas responsabilidades ou então as atividades serão paralisadas. Se isso for resolvido internamente, mesmo que de forma temporária até a nova contratação, o colaborador substituto poderá se sobrecarregar com as duas ou mais funções, prejudicando seu trabalho e assim a qualidade do serviço.

Geralmente, quando um profissional sai da organização ele acaba levando sua expertise e modo de produção junto, mais uma vez prejudicando as atividades. O novo colaborador que assumir a posição deverá passar por um treinamento antes de assumir integralmente as funções, além de entrar no ritmo e se integrar à cultura da empresa — e tudo isso leva tempo e gera mais esforços da companhia.

Outro ponto negativo é que o coletivo também é impactado com uma demissão: ainda mais quando o desligamento é iniciativa da empresa, o ânimo tanto da equipe do ex-funcionário como dos colaboradores em geral é afetado, criando um clima de insegurança que prejudica o desempenho de todos. Além disso, não se pode ignorar os custos da rescisão de contrato, que aumentam ainda mais dependendo do cargo e do tempo de serviço do antigo empregado.

Ou seja, se já existem transtornos com a saída de um profissional — seja por demissão voluntária ou não — imagine quando essa rotatividade acontece em grande escala na organização. Quanto problemas e retrocessos isso pode ocasionar, não? Por isso o turnover acaba sendo tão temido pelos RHs, gestores e empreendedores.

Existem diversas causas que justifiquem a saída (até frequente) dos colaboradores da empresa. Gestores, diretoria e RH devem estar atentos aos sinais dessa situação em sua equipe, buscando resolver os problemas antes que eles se tornem ainda maiores e seja difícil manter o profissional. Alguns motivos que acabam influenciando no desligamento voluntário ou não dos funcionários são:

• Insatisfação pessoal com a rotina de trabalho;

• Clima organizacional ruim;

• Problemas com a liderança;

• Problemas na gestão de pessoas;

• Baixa produtividade;

• Falta de alinhamento com a cultura empresarial;

• Falta de compatibilidade do perfil do profissional com o exigido para a vaga;

• Desmotivação e falta de engajamento;

• Falta de perspectiva de crescimento na empresa e de desenvolvimento pessoal e profissional;

• Falta de comprometimento e até ética do profissional.

Ao detectar sintomas como estes ou ter a impressão de que há uma rotatividade considerável na empresa, é necessário investigar mais a fundo a situação para verificar se há realmente um problema na empresa e como resolvê-lo para fortalecer a gestão de pessoas. 

A saída de profissionais é algo inevitável: um colaborador pode ter que lidar com uma mudança de vida que não permita que continue na companhia ou então ele decidir por outro caminho na carreira. São várias as situações que fazem alguém sair do seu emprego e nem sempre elas representam lacunas ou ameaças à organização. 

Mudanças — sejam das pessoas ou da empresa em si — são naturais. Por isso, há um grau aceitável e natural de rotatividade em qualquer negócio. No geral, uma taxa de turnover de até 10% ao ano é ideal e não deve gerar preocupações às lideranças.

Porém, quanto maior essa porcentagem, pior é a situação da organização. Assim, é fundamental saber como fazer o cálculo de turnover e acompanhar esse indicador para identificar problemas e investigar a situação da equipe mais profundamente. Constatando que o número está alto e a situação é preocupante e prejudicial ao negócio, é preciso agir para reduzir esse índice o mais cedo possível. 

Ao perceber que seus colaboradores não estão produzindo como deveriam — seja por não terem o perfil adequado a vaga ou por estarem desmotivados —, ou que o clima organizacional precisa ser aprimorado, está na hora de tomar medidas. Conheça algumas ações que podem ser feitas para acabar com estes problemas e cuidar constantemente da gestão de pessoas:

Tudo começa na escolha dos profissionais que irão fazer parte da sua equipe. É preciso avaliar os candidatos além de suas experiências e conhecimentos técnicos para que a contratação seja mais eficiente: considere também o perfil comportamental dessas pessoas, suas expectativas para o cargo, valores pessoais e desejos para o futuro. Ter um cuidado especial com os processos seletivos irá fazer a diferença ao ter colaboradores verdadeiramente alinhados à função e à cultura da empresa.

Uma esfera que a empresa deve ter atenção é seu ambiente interno. É preciso saber escutar seus colaboradores para saber se existem problemas na cultura ou nos relacionamentos que prejudiquem o trabalho de todos. Faça pesquisas de clima organizacional, propicie momentos de feedback com o RH e gestores, invista em comunicação empresarial e fortaleça os valores da organização para gerar engajamento - essas são formas de diagnosticar e melhorar possíveis problemas nesse âmbito.

Uma forma de motivar seus colaboradores e torná-los mais eficientes (evitando que sejam desligados) é oferecer treinamentos corporativos. Esses aprendizados ajudam os funcionários a se atualizar na carreira, aprender coisas novas e até se sentirem valorizados pela empresa. Nesse sentido, também é importante considerar o desenvolvimento pessoal dos funcionários, estimulando novas competências e habilidades até para melhorar os relacionamentos internos.

Tudo isso é válido inclusive para os líderes. Considerando sua importância no relacionamento da empresa com os colaboradores, é fundamental que os gestores não somente saibam realizar bem seu trabalho técnico, como também incentivar e ser exemplo para seus colaboradores. Por isso invista no treinamento das lideranças!

Outra questão essencial para diminuir o turnover é desenvolver estratégias para motivar seus funcionários. Colaboradores motivados são engajados, proativos e produtivos, reduzindo a possibilidade de serem desligados ou de saírem voluntariamente. Eles se sentem parte da empresa e dão o seu melhor para fazer um trabalho de qualidade.

Algumas maneiras de estimular a motivação na equipe são: valorizar os bons resultados e condutas, oferecendo recompensas e elogios honestos; investir no treinamento e desenvolvimento (como dito no item anterior); propiciar momentos de interação e fortalecimento dos relacionamentos e construir um plano de carreira.

A tecnologia pode ajudar nesse processo. Métodos inovadores que podem ser usados na educação corporativa e na gestão de pessoas, como a gamificação, trazem soluções dinâmicas para antigos problemas empresariais. Essa estratégia pode ser usada no treinamento corporativo, onboarding e também nas tarefas diárias dos colaboradores, tornando essas atividades mais engajadoras, atraentes e eficientes.

Há diferentes tipos de turnover: voluntário e involuntário, turnover funcional e turnover disfuncional, então para dominar este assunto é necessário entender todos os conceitos, então veja agora uma breve explicação de cada um:

Turnover voluntário é o nome dado a saída de um funcionário onde o interesse parte dele mesmo. Ela pode ocorrer por diferentes motivos, pela oferta de uma oportunidade melhor, com salário mais alto e benefícios atrativos. Ainda pode ser pela mudança de cargo, posição ou área.

É preciso mencionar também as demissões voluntárias motivadas pela insatisfação com a cultura da empresa, ou gerada pela dificuldade no relacionamento com gerentes ou colegas de trabalho.

Existem diferentes práticas que podem ser realizadas a fim de reduzir o turnover voluntário. Apesar de haver um tópico com diferentes dicas sobre, já adiantamos aqui que oferecer oportunidade de crescimento e desenvolvimento, melhorar as condições de trabalho e o ambiente de trabalho, além da satisfação dos colaboradores são algumas das medidas que podem ser tomadas.

Também ressaltamos aqui a importância de ouvir os funcionários constantemente, assim você consegue entender suas necessidades e preocupações e, através das informações extraídas, consegue gerar mudanças que venham de encontro aquilo que se foi falado e, consequentemente, garantir maior satisfação profissional.

Já turnover involuntário é o conceito utilizado para se referir ao processo de demissão de um colaborador quando o interesse parte da empresa. Esta prática também pode ser motivada por diferentes motivos, como conduta inadequada, desempenho insuficiente, violação de políticas da empresa ou mudanças na empresa.

O turnover involuntário pode impactar em diferentes perdas para a empresa, como a demissão de talentos importantes para a organização, aumento de custos no recrutamento e treinamento de novos colaboradores e falta de pessoas para realizar processos estratégicos da instituição. 

Estas questões influenciam negativamente uma empresa e, portanto, devem ser vistas pelo setor de Recursos Humanos como algo importante para que condutas sejam tomadas a fim de minimizar tais consequências.

Se engana quem acha que turnover significa somente o desligamento voluntário ou involuntário de colaboradores de uma empresa, existem também os turnovers funcional e disfuncional. Veja a respeito de cada um:

Turnover funcional se trata da rotatividade de funcionários de dentro de uma empresa, que pode acontecer pela mudança de cargo ou posição, necessidade de remanejar recursos, oportunidade de crescimento e desenvolvimento e outros fatores.

Como você pode observar, o turnover funcional não necessariamente é algo negativo, tudo vai depender das circunstâncias. Através dele é possível gerar oportunidade de crescimento para os funcionários, ou possibilitar o alocamento de recursos de forma eficaz. Mas mudanças como estas também podem interferir no funcionamento da empresa ou aumentar os custos com treinamentos e integração de novos colaboradores.

Para que o turnover funcional seja trabalhado da forma correta, ou seja, para gerar resultados positivos para a empresa, é importante adotar estratégias incluindo o desenvolvimento de liderança, programas de treinamento e desenvolvimento, além de criar uma cultura empresarial cujo crescimento dos colaboradores seja valorizado.

Neste tipo não há lado positivo ou negativo: toda e qualquer situação de turnover disfuncional excessivo significa prejuízo para a empresa. Neste caso, os motivos mais comuns são má gestão, falta de motivação e falta de oportunidade de crescimento. Há fatores externos que também podem acarretar no aumento significativo de turnover, como mercado competitivo e mudanças econômicas.

Este fato sério pode resultar em consequências graves para a empresa e, muitas das vezes, até sem volta, como a perda de talentos, aumento de custos e redução da eficiência e produtividade.

A fim de evitar o turnover, a empresa deve adotar uma série de estratégias para monitorar e garantir a satisfação dos colaboradores, como pesquisas de satisfação, cultura de feedback e treinamento e desenvolvimento de pessoas.

O turnover sempre existirá em uma empresa, mas este artigo serve como alerta para avaliar se no seu caso ele está dentro do número aceitável ou se é preciso tomar medidas para melhorá-lo. Ou seja, a métrica serve como indicador para saber se está ou não tudo bem com a sua empresa.

Além do cálculo desse índice, é importante ir a fundo e considerar a realidade e as estratégias de retenção de talentos da empresa. A partir disso, será possível visualizar, por exemplo, se existe uma área com mais rotatividade que outra ou se há outro problema que não tenha aparecido na métrica.Para entender melhor como motivar seus funcionários e assim reduzir o turnover e aprimorar o desempenho da equipe, confira nosso e-book gratuito 8 Pilares da Motivação. E para saber mais sobre como a gamificação pode ajudar sua empresa a engajar os funcionários, venha conversar conosco!